segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Espatódea



Minha cor
Minha flor
Minha cara

Quarta estrela
Letras, três
Uma estrada

Não sei se o mundo é bom
Mas ele ficou melhor
Quando que você chegou
E perguntou:
Tem lugar pra mim?

Espatódea
Gineceu
Cor de pólen

Sol do dia
Nuvem branca
Sem sardas

Não sei se o mundo é bom
Mas ele ficou melhor
Quando que você chegou
E explicou
O mundo pra mim

Não sei se esse mundo está são
Mas pro mundo que eu vim já não era
Meu mundo não teria razão
Se não fosse a Zoé

Espatódea
Gineceu
Cor de pólen

Sol do dia
Nuvem branca
Sem sardas

Não sei quanto o mundo é bom
Mas ele está melhor
Desde que você chegou
E explicou
O mundo pra mim

Não sei se esse mundo está são
Mas pro mundo que eu vim já não era
Meu mundo não teria razão
Se não fosse a Zoé


Nando Reis

domingo, 29 de novembro de 2009

Suspiros


Suspiro, dizem, é nome de flor, nome de loja, sobrenome de papagaio, nome de cidade, nome de ponte em Veneza, nome de brinquedo, de marcação musical e de uma pequena abertura que se faz em um recepiente pressionado por algum conteúdo interno que precisa escapar aos poucos, pra não fazer o tal recepiente explodir. Suspiro também é o nome daquele doce super-doce feito com clara de ovo, raspas de limão, açúcar, paciência, um fogo brando e muita sorte ou competência pra acertar o ponto. Todo branquinho e grande, ele é duro de morder, mas desmancha na boca como mágica. Colocam ele na merengata de morango, no sorvete, no bolo ou na torta de limão, pra acentuar o sabor desses pratos. É tão leve que você poderia jurar que não comeu… Não fosse o gosto forte e melado que fica na boca e gruda na garganta. Suspiro também é aquilo que o doente faz no hospital um pouco antes de morrer, na última tentativa de respirar mais um pouquinho. Ou o que esse mesmo doente fez tantas vezes antes quando não aguentava mais de dor. Suspiro é o que aquela moça faz quando debruça na janela e fica com o olhar perdido no horizonte, com aqueles olhos de quem não está vendo nada, ou olhando através das coisas. Provavelmente porque ela sente que está quase morrendo de saudade de alguém. Suspiro é o que a minha mãe – mulher forte, decidida e prática – faz antes de dormir. Desde pequena que ouço ela suspirar à noite, muitas vezes, muito alto, tão alto que chegava a me acordar. Antes me perguntava por que ela suspirava tanto. Hoje eu sei que é de cansaço… E de solidão. Às vezes ela suspira de dia também, quando está fazendo algo que a irrita ou cansa muito; geralmente, os suspiros diurnos da minha mãe são seguidos de um “ai” ou um som bem profundo, que parece que vem do fundo da alma. Mas nenhum é mais profundo do que aqueles que ouço vir do quarto dela quando ela se tranca lá pra ouvir velhas canções de amor, suspiros que ela deixa escapar desde que ficou viúva e desistiu do amor. Talvez seja saudade. Como a moça da janela deve ter saudade de alguém. Talvez seja só um suspiro triste, de quem acha que não pode mais suspirar de alegria de novo. Suspiro é o que eu deixo fluir baixinho quando estou de saco muito cheio de tudo, suspiro de raiva e insatisfação. Ou quando me pego entediada, sem muitas esperanças que algo legal vá acontecer. Também é aquele som que sai de mim quando abraço alguém muito querido, que não vejo ou não abraço faz tempo, e sinto o perfume daquela pessoa causando uma verdadeira descarga de felicidade nas minhas células nervosas, seja essa pessoa um familiar, um amigo ou um querido muito querido mesmo. Suspiro é aquela expressão de alívio que vem quando você espirra, ou consegue ir ao banheiro quando está com muita vontade de fazer xixi. Tem gente que suspira porque está feliz, porque está triste, porque sente saudade, porque está insatisfeito, porque gosta de contemplar a vida, ou porque quer demonstrar o quanto admira algo muito bonito e hipnotizante como uma lua cheia de verão ou uma flor colorida e delicada. O suspiro é aquele pedaço que estava bem no fundo, tão fundo, que você precisa respirar forte pra ir pegar lá dentro de você e trazer pra fora, porque senão aquilo começa a te sufocar por dentro. Suspiro é sentimento e sensação transformados em reação biológica. Suspiro é expressão pura e concreta de que algo acontece dentro de você. Quando você suspira, puxa o ar com vontade e depois solta com mais vontade ainda, como se aquele vento entrasse dentro de você pra fazer uma faxina em cada partícula dos seus pulmões, deixando tudo limpo depois. Nem sempre é bom suspirar. Mas é sempre necessário. E não há quem não suspire vez ou outra. E apesar de existirem muitos tipos de suspiro, de muitos jeitos, para expressar muitas coisas… Eu posso afirmar com a certeza mais absoluta desse mundo que nenhum suspiro é mais gostoso, mais desejado nem mais digno de ser chamado de suspiro do que um suspiro de paixão. Aquele mesmo, que a gente faz quando olha no olho de uma pessoa e aquele olhar parece cair direto dentro do seu. Aquele que a gente deixa sair apressado quando a pele é tocada de leve por aquelas mãos que parecem desejar tanto o seu corpo, ou o que vem bem longo e lento no meio de um beijo quente, molhado e demorado. Suspiro apaixonado é aquele que vem antes de dormir, quando você tem certeza de que um certo alguém vai aparecer no seu sonho logo mais, ou aquele que chega quando você acorda sorrindo, e já pensa de novo naquela pessoa. Suspiro apaixonado é aquele que você dá depois de atender ansiosa o telefone e vê que é aquela pessoa mesmo que você estava esperando, porque é tão bom ouvir aquela voz e ela foi tão desejada nos seus períodos tristes de solidão. Suspiro apaixonado é aquele que vem quando você finalmente descansa nos braços de alguém especial, sentindo uma paz imensa – paz que logo é roubada por outros suspiros, porque não há paixão que rime com paz. Suspiro apaixonado vem na cola daquela música, das mãos dadas, do carinho e das frescurites que a gente acha tão bonitinha só porque é aquela pessoa que fez, e por aí vai. Quero ver quem me prova que existe suspiro melhor que suspiro de paixão… Existe não.


Neste momento suspirei rsrsrs
Eu estou sempre suspirando e isso é muito engraçado.
Quando tenho preguiça, quando estou triste, alegre.
Cansada ou com sono, vivo suspirando.
Por paixão eu acho.
Por costume também.
Contagiem-se de suspiros felizes e profundos.
Domingo iluminado a todos

sábado, 28 de novembro de 2009

Carinho a mais



Quem lhe acha especial tem olhos bem grandes, só pra lhe ver melhor. São olhos que até podem olhar respeitosamente outras coisas e pessoas por aí, mas sempre acabam atraídos para sua direção. Para esses olhos, a sua cor é a mais bonita, os contornos do seu corpo os mais atraentes, e a sua beleza a mais exótica e instigante. Esses olhos bem grandes podem ficar minúsculos para os seus defeitos e pisadas de bola inomináveis, assim como podem tornarem-se a lupa mais poderosa para enxergar o que há de bom até nos atos mais corriqueiros e babacas que você fizer. São olhos que reparam nas suas roupas, no seu jeito de pentear os cabelos e nos pequenos detalhes do seu corpo. Os mesmos olhos que devoram e decoram os seus movimentos, gravando na memória o seu jeito de bocejar, de sorrir, de fechar os olhos quando beija ou de torcer o nariz para uma comida detestável. E se decora tudo isso, é porque presta atenção em você. E essa pessoa, com seus olhos grandes e perfeitos, olha até dentro da sua alma, fazendo com que você se sinta deliciosamente nua, mesmo vestida, encapotada e encouraçada. Porque vem de você, que é especial, as maiores belezas desse mundo.

Quem lhe acha especial tem um nariz bem grande, só pra lhe cheirar melhor. E pelo seu cheiro, a pessoa pode se sentir entontecida. Reconhece o seu perfume de longe, e por causa dele, quer o tempo todo trazer você pra perto e colar pele a pele com você. Esse nariz capta os cheiros mais íntimos e esquisitos que vêm de você. E por causa de seu nariz grande, a pessoa é capaz de aguentar o cheirinho do fim de um dia cansativo de trabalho com a mesma alegria que sente o cheiro do amaciante na roupa limpa, do sabonete na pele lavada e do xampu no cabelo molhado. E tudo isso porque vem de você, que é especial, os odores mais puros e deliciosos desse mundo.

Quem lhe acha especial tem orelhas bem grandes, só pra lhe ouvir melhor. E ouve. Ouve muito. Ouve os ruídos por trás de uma frase mal dita ou enviesada. Ouve os detalhes sobre o seu trabalho, seus amigos, sua família e as coisas boas que você faz com o maior interesse desse mundo. Ouve e se admira quando você fala com os outros. Ouve os seus suspiros apaixonados e os de saco cheio. Ouve quando você pede ajuda, implícita ou explicitamente. Ouve também as batidas do seu coração acelerado, pedindo por carinho, e corresponde a elas. Ouve suas reclamações sobre as pessoas, tentando ver o seu lado. Ouve quando você fala demais, e também quando você fala de menos. E por ouvir tanto, não esquece de estar presente e atuante nos seus bons e maus momentos. Ouve também muita bobagem que você fala – e o melhor, faz que não ouviu. E, principalmente, quem lhe achar especial vai saber ouvir todos os seus silêncios. E tudo isso porque são suas as palavras mais sábias, doces e importantes do mundo – só porque você é mais que especial.

Quem lhe acha especial tem mãos e pés bem grandes, só pra lhe segurar melhor. E faz você se sentir protegida em um abraço, ou quando coloca as mãos nas suas costas no meio da multidão. E segura firme seus ombros quando você precisa se situar num momento de sofrimento. E segura a sua onda quando você não consegue mais andar sozinha. E segura sua peteca quando ela ameaça cair. E puxa o seu astral quando ele tá lá no chão. E faz colo pra você dormir tranquila. E não se afasta quando você queria estar perto. E não vem perto quando você precisa estar longe. E agarra quando você precisa se sentir desejada. E toca como se você fosse o último corpo do mundo. E faz cócegas quando você precisa de um sorriso. E pisa muito duro quando você precisa de defesa. E acaricia quando você precisa de afagos. E segue seus passos mesmo quando ele mesmo não quer ir. E, mesmo com pés enormes, sabe pisar em ovos quando a situação é delicada. E mesmo com mãos enormes, sabe tocar seu corpo com cuidado e delicadeza, sem deixar de ser firme. E tudo isso porque é o seu calor, tão especial, que essa pessoa precisa para sobreviver.

Quem lhe acha especial tem uma boca bem grande, só pra lhe provar melhor. Uma boca que conhece o seu beijo, e o acha maravilhoso. Uma boca que sabe ficar minúscula para falar dos seus erros, e sabe até mesmo ficar nula quando não é a hora de falar. Mas que sabe também dar o berro mais coeso e acertado quando você precisa de uma bronca. Uma boca que não se cala por conveniência, e nem desvia o assunto quando ele é difícil, mas cumpre o seu papel de dizer o que tem que ser dito. Uma boca que sabe declarar seus sentimentos a toda hora ( porque já que você é especial, precisa saber disso claramente, a todo minuto ). Uma boca que fala bem de você por aí, e que louva seus sucessos e suas alegrias. Uma boca que sorri sinceramente por você. Uma boca que canta pra você dormir. Uma boca que torna-se furiosa pra defender você. Uma boca que é cuidadosa ao criticar, mas perdulária até o fim para elogiar. E porque você é especialíssima, essa boca grande vai sorrir orgulhosa por ter você a cada oportunidade.

Quem lhe acha especial tem um coração bem grande, só pra lhe acomodar melhor. E nesse coração, você estará à vontade, como se estivesse em seu próprio coração. Um coração que se abre todo pra você, sem medo de ser feliz e nem de ser triste – afinal, você merece tanta confiança e boa vontade. Você é especial.

Quem lhe acha especial usa óculos especiais, com lentes feitas da mais pura, deliciosa e apaixonante essência de ilusão amorosa.

Quem lhe acha especial, será especial assim pra você também.

Quem lhe faz sentir-se especial, lhe faz sentir-se amado. E não há sentimento melhor nesse mundo.


Deixo meu carinho especialmente ao meu amor,

Sei que ele me acha especial, e sei também que ele é muito especial para mim também.

Agradeço sempre por este amor tão abençoado.


Doce início de final de semana a todos

Beijos



sexta-feira, 27 de novembro de 2009

“Companhia”


Eu adoro as palavras. Adoro. Adoro porque elas conseguem me ajudar a pensar quando estou só. Adoro porque, ao entendê-las, entendo o que sinto, e isso me dá muita paz.

Esses dias eu estava pensando na palavra “companhia”. Acho essa palavra tão sonora, tão bonita… Me sugere algo bom. Está no grupo de palavras como “carinho”, “poema”, “lua”, “conforto”, “sonho”. Uma palavra tão fofa que parece travesseiro.

E não é só da palavra que eu gosto… Eu gosto mesmo é de companhia. Sempre gostei. Companhia pra brincar, pra passear, pra ir resolver alguma coisa difícil, pra conversar, pra descansar. Ironia da vida ( ou não ), sempre acabei tendo que me virar sozinha na maioria das minhas empreitadas, grandes e pequenas. Mas sempre gostei de companhia. Vejo muita gente que, como eu, gosta de ter gente por perto. Muita gente que não consegue sequer cruzar o portão de casa sozinha. E, no entanto, todos reclamam de solidão.

Claro, tem a dor de SER só. Essa dor é inerente a nós. Por mais que tenhamos alguém por perto, somos um, somos sós, e isso é uma realidade. Desamparante… Mas é. Porém, além disso, tenho ouvido muitos reclamarem da dor de ESTAR só. E essa fala, de certa forma, faz eco em mim também. O eco se faz onde tem um buraco… Onde tem um vazio.

Aí estava pensando – por que às vezes tenho sentido falta de uma companhia se tem tanta gente perto de mim? Amigos, família, amores. Sempre estive cercada de gente. Mas, às vezes, quando a luz apaga no quarto, e chega aquela hora de rever o dia e pensar na vida, eu tenho a impressão de ter estado só o dia todo. Só nos meus sonhos. Só nos meus sucessos. Só nos problemas. Só nos meus planos e sonhos.

Fui olhar no dicionário. Acompanhar – do latim “accompaniare” – conjunto de pessoas que comem o pão juntamente. E aí me caiu a ficha. Estar junto não é acompanhar. Não basta estar do lado. Dar a mão. Não basta ouvir. Não basta presentear. Não basta dar bom dia. Não basta telefonar. Não basta perguntar se está tudo bem. Quem acompanha, tem que dividir. Dividir o pão… Aquilo que sustenta, aquilo que se come. Aquilo que é fundamental. E dividir é isso aí – eu pego o que é meu e dou um pouco pra você. Fico com menos, mas a sensação de ver você alimentado me alimenta também. E assim, ambos ficamos satisfeitos. Em outro dia, é você quem me dá um pouco, e eu recebo, porque naquele dia, eu não tenho. E assim vamos ficando unidos… Acompanhados.

Dividir é uma coisa difícil em um mundo que prega o egoísmo, a auto-satisfação, a superficialidade… O medo da entrega. É difícil dividir porque temos sido cada vez mais ensinados a achar que, o que damos ao outro, vai nos faltar. Sem perceber, vamos nos isolando e deixando faltar o que nos é mais essencial – o pão da alma. Dividir decisões, planos, ideais, coisas, atenções, tempo, angústias… Tudo isso é difícil. E com o tempo, torna-se difícil receber isso dos outros também.

Aí comecei a me lembrar… Eu já tive grandes companheiros. Grandes mesmo. Tinha o meu avô querido, que dividia comigo filosofias de vida. Tive minhas colegas de escola, que davam um pedaço do chocolate delas pra mim na hora do lanche. Tive minhas primas, que dividiam as bonecas e as camas delas comigo. Tive namorados que dividiram comigo o colo, o abraço, a pele, as emoções, as decisões.

Aí comecei a me lembrar também que eu já fui craque em me doar. Houve um tempo em que dava todo meu pão aos outros, achando que isso era companheirismo… E ficava com fome. Mas houve um tempo também em que eu sabia dividir mais. Dividia o melhor de mim com os outros, e recebia o que eles me davam. E acho que nesse tempo eu era mais feliz.

O bom da gente saber que algo vai errado é que sabemos que sempre há a chance de consertar, melhorar. Sempre. E isso nem sempre é fácil… Mas é tão bom… Tão bom quanto ter companhia.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Sentindo



Fui correndo pegar minha caixinha de cartas e cartões. É o que faço quando me bate essa angústia de ser só mais uma no mundo. É o que faço quando preciso ser perdoada por ser medíocre ou por estar errada nas coisas que sinto ou penso. É o que faço quando me vem a consciência de que não sou necessária aqui… Sou apenas participante. Como todos os outros.

Faço isso porque o carinho das pessoas, expresso em tinta de caneta borrada e papéis enfeitados, me faz sentir especial. Algumas pessoas me diziam isso nos cartões – ei, você é especial… Minha vida é diferente por sua causa. O namorado que escrevia sempre declarando o seu amor… A amiga que agradeceu a força em um momento difícil… O irmão que desejou felicidades no natal… O professor que elogiou o escrito bem feito… A prima que louvou a minha vida no meu aniversário… O moço que alegou sentir minha falta todos os minutos do dia quando nos separamos… A desconhecida que garantiu que algo que eu disse mudou seu jeito de ver a vida. Pessoas tentando me convencer de que sou, sim, especial. De que tenho qualidades que ninguém mais tem. De que fui planejada e pensada de maneira única. Pessoas tentando me convencer de que precisam de mim e me amam por eu ser quem eu sou… Por ser marcante de alguma forma.

Onde estão todos os remetentes? Alguns não se foram… De outros nunca mais soube ou ouvi falar. Algumas palavras o tempo revelou serem verdadeiras. Outras viraram poeira ao serem sistematicamente amassadas no pilão do tempo. Peguei também coisas que escrevi para outros. Não quero nunca que nos afastemos. Não consigo imaginar minha vida sem você. Você é minha melhor amiga.Você deixa um buraco quando se vai. Eu, entregando meu coração, derramada em declarações de amor, amizade e carinho. E no entanto, a vida seguiu sem eles, apesar deles, distante deles. E eu continuo aqui. Só como sempre fui e sempre serei. Como somos todos.

É porque a vida é assim mesmo. Ela segue. Ela vai. Ela leva. Ela empurra. E tudo que parece tão importante fica pequeno, porque, no fundo, a pequenez está em nós. Mesmo os grandes homens e mulheres, mesmo os poetas mais sensíveis, os gênios mais inteligentes, os aventureiros mais corajosos, as pessoas mais importantes… Mesmo esses com o tempo viram só uma lembrança distante. Como um quadro que você põe na parede e se acostuma a olhar. O impacto da primeira vista se apaga com o tempo, tudo fica gasto e amarelo, desbotado e sem graça.

De vez em quando a gente tenta se convencer do contrário. Tenta achar que a lua está no céu só pra enfeitar a sua noite. Que alguém sorriu só porque lembrou de você. Que alguém te ama tanto que seria capaz de abrir mão de qualquer coisa para te fazer feliz. Tenta se convencer de que o mundo estende um tapete colorido só pra você passar. De que seu amor é tão forte e mágico que pode salvar alguém de si mesmo. Tenta acreditar que naquele quesito, naquela partezinha, naquele particular, naquele pedacinho bem específico… A gente é realmente diferente e especial. De vez em quando, a gente tenta se convencer de que, pelos próprios méritos, merece o amor das pessoas. E então se dá conta de que, se amor fosse por merecimento, ninguém seria amado. E fica com aquela falta de jeito enroscada dentro, apertando o coração.

Sempre vai ter alguém melhor do que eu, mais especial do que eu. Sempre vai ter alguém com mais recursos, mais experiências, mais sabedoria, mais beleza, que faça melhor aquilo que eu acho que sei fazer tão bem. Sempre vai ter alguém que mereça mais, que faça mais, que seja mais legal e mais capacitado. Talvez em nenhum lugar eu possa ser especial. Talvez não haja lugar especial pra mim. Nem mesmo no coração daqueles a quem eu amo… E que eu não duvido, me amam também. Mas porque precisam me amar. Não porque sou eu.

O amor dos outros nos dá essa ilusão… A de que somos importantes. Ao ler os cartões e cartinhas, é assim que eu me sinto. Especial e importante. Mas se eu não existisse, eles amariam outros e outras. Porque no fundo, é só uma troca. Amamos o outro porque queremos e precisamos ser amados. E fazemos isso frequentemente porque não somos capazes de amar a nós mesmos por quem somos. Fazemos assim porque não nos bastamos.

Tem dias que me sinto assim, alguém a mais. Lágrimas a mais. Sorrisos a mais. Palavras a mais. Sentimentos a mais. Tudo aquilo que me é tão caro parece tão insignificante diante da grandeza e da indiferença do mundo e da vida, que segue apesar das minhas dores. E nesses dias, nenhum cartão ou carta parece suficientemente bem escrito para que eu possa me sentir digna de merecê-lo.

Um olhar amoroso de alguém pode nos fazer sentir especiais por alguns momentos. Mas é só. Se alguém fosse especial em si mesmo, poderia abdicar da necessidade ridícula e infantil de ser querido, reconhecido e valorizado pelos outros. O mundo não existe por minha causa. E caminharia perfeitamente sem mim.

Dizer que todo mundo é especial é um outro jeito de dizer que ninguém é.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Desde Cedo Aprendemos o que é Bom!

Olá gente, este post de hoje vem na intenção de compartilhar com vocês todos algumas dicas de presentes já que o natal está chegando, bom não deixar tudo pra última hora, da correria. Recebi alguns pedidos de dicas de presentes para crianças queridas – filhos, sobrinhos e outros miúdos.

Pessoalmente gente todos sabem do meu carinho especial sobre a leitura, então irei deixar aqui uma pequena lista de alguns títulos de um gênero ideal para crianças de 0 a 5 anos.

São livros que elas amam e pedem para que eu leia mil e uma vezes por semana. Garanto a qualidade de todos – tanto no texto como na ilustração.

Contos de Acumulação e Repetição

São histórias divertidas para as crianças. Geralmente há uma frase ou situação na história que se repete pelo livro todo – simplesmente se retomando ou se acumulando – e por isso elas conseguem acompanhar com mais facilidade. É um dos tipos de leituras que mais gostam, e também é gostoso de ler para elas.


Espero que gostem das dicas

tudo feito com muito carinho,

beijos amorosos



1) “A Casa Sonolenta“, de Audrey Wood . Ilustrações de Don Wood. Editora Ática
Em uma casa especial, num dia chuvoso, todos parecem gostar de dormir demais. Até que uma pulguinha resistente causa uma reviravolta na situação e traz um colorido diferente a essa história que costuma deixar as crianças de olhos vidrados. A dupla Don Wood e Audrey Wood é especialista em casar textos simples e ricos com ilustrações que enchem os olhos, cheias de detalhes e beleza. É deles também “O Rei Bigodeira e sua Banheira” ( Editora Ática ), e “Rápido como um Gafanhoto” ( Brinquebook ), ambos queridíssimos pelas crianças.


2) “Tanto, Tanto…“, de Trish Cooke. Ilustrações de Helen Oxenburry. Editora Ática
Para um bebê muito querido pela família, um dia especial, quando todos estão reunidos, é uma festa intensa e alegre. Todos querem apertar, beijar, mimar o bebê, que, sendo o centro das atenções, se percebe como pessoa importante e amada. Um livro com texto delicioso, protagonistas negros ( raridade… ) e um encadeamento de fatos que toca o coração das crianças. Os bebês costumam adorar ouvir a leitura dessa história, e pedem para repeti-la inúmeras vezes.


3) “O Grúfalo“, de Julia Donaldson e Axel Scheffer. Brinquebook
Um ratinho esperto propaga a existência de um animal estranho, perigoso e nunca antes visto, e com isso consegue se livrar de muitos perigos. Até que… O Grúfalo aparece! Para as crianças maiores, vale pelo humor fino das entrelinhas. E os menores gostam muito da figura diferente e divertida do Grúfalo. A história continua em “O Filho do Grúfalo” ( Brinquebook ).


4) “Maria-Vai-com-as-Outras“, de Sylvia Orthof.
Um clássico da Literatura Infantil, é um livro simples e gostoso de ler. Maria é uma ovelhinha sem cara própria que, por sempre seguir as ações do rebanho, acaba nunca fazendo sua vontade. É uma delícia acompanhar suas reflexões e seu processo de mudança, quando descobre que pode ser ela mesma, além do grupo. A história é muito sonora, e as crianças mais sensíveis conseguem compreender a problemática de Maria já na primeira leitura. É um dos meus preferidos.


5) “Da Pequena Toupeira que Queria Saber quem Tinha feito Cocô na Cabeça Dela“, de Werner Holzwarth. Companhia das Letrinhas.
A Pequena Toupeira se revolta quando acorda com um cocô sobre sua cabeça. Parte, bravíssima, para procurar o autor da façanha, e nesse caminho, descobre como é o cocô de vários animais amigos. O final é surpreendente para as crianças, que se divertem muitíssimo. Trata de um tema evitado de forma leve, com muita delicadeza e diversão.


6) “Menina Bonita do Laço de Fita“, de Ana Maria Machado. Ilustrações de Claudius. Editora Ática.
Outro clássico. Um coelho bem branquinho conhece uma menina negra e linda. E quer saber como faz para ficar preto como ela. Aos poucos, descobre que o caminho para ter uma filha pretinha como a menina é mais delicioso do que ele podia imaginar. Outra história com protagonistas negros, muito bem desenhada, e com o texto sempre primoroso e desafiador de Ana Maria Machado. Sucesso garantido.


7) “Macaco Danado“, de Julia Donaldson e Axel Scheffer. Editora Ática
Mais um livro da mesma dupla de autores de “O Grúfalo”. Nesta história, de ilustrações belas e divertidas, o macaquinho perdido procura sua mãe contando com a ajuda de uma borboleta atrapalhada e bem intencionada. No caminho, ambos descobrem que cada animal é de um jeito, e que cada filhote, embora adore descobrir o mundo, se sente feliz de verdade mesmo quando encontra os braços de sua mamãe. Sensacional e favoritado pelos pequenos todos os dias.


8 ) “Porcolino e Mamãe“, de Margaret Wild. Ilustrações de Stephen Michael King. Brinquebook.
Porcolino é um porco bebê que se perdeu de sua mãe. E procura desesperadamente pelo carinho que lhe falta em vários animais, sem sucesso. Até que percebe que o amor de verdade só está ao lado da mamãe tão querida. História doce, ilustrações suaves e uma deliciosa continuação em “Porcolino e Papai”. Ideal para os bem pequenos.


9) “Bruxa, Bruxa, Venha a MInha Festa“, de Arden Druce. Ilustrações de Pat Ludlow. Brinquebook
Esse livro é realmente sucesso garantido entre os pequenos. Imagens perfeitas, cheias de detalhes, apóiam um verdadeiro conto de repetição, que as crianças rapidamente decoram e amam repetir. Uma festa vai acontecer, uma bruxa é convidada… Mas como condição para aparecer, pede para convidar o gato, que por sua vez exige a presença do espantalho… Até que o final surpreendente remete novamente ao começo da história, que precisa ser repetida, dada o amor das crianças por esse livro.


10) “Mamãe, você me ama?“, de Barbara Josse. Ilustrações de Barbara Lavalee. Brinquebook.
De uma delicadeza incrível e emocionante, esse livro mostra a pergunta de uma menininha inuit a sua mãe; para saber se é amada, ela vai propondo várias situações – até se convencer que o amor de sua mãe é infinito. Livro de ilustrações muito bem feitas, e que esclarece um pouco sobre a cultura dos esquimós.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Porque se usa aliança no quarto dedo?


Uma lenda chinesa conseguiu explicar de uma maneira bonita e muito convincente:

Os polegares representam os pais.Os indicadores representam teus irmãos e amigos.O dedo médio representa a vc mesmo.O dedo anelar (quarto dedo) representa o seu cônjuge.O dedo mindinho representa seus filhos.Agora junta suas mãos palma com palma, depois, une os dedos médios de forma que fiquem apontan
do a vc mesmo, como na imagem….
Agora tenta separar de forma paralela seus polegares (representam seus pais) você vai notar que eles se separam porque seus pais não estão destinados a viver com vc ate o dia da sua morte, una os dedos novamente.Agora tenta separar igualmente os dedos indicadores (representam seus irmãos e amigos), você vai notar que também se separam porque eles se vão, e tem destinos diferentes como se casar e ter filhos.Tente agora separar da mesma forma os dedos mindinhos (representam seus filhos) estes também se abrem porque seus filhos crescem e quando já não precisam mais de nos se vão, una os dedos novamente.Finalmente, tente separar seus dedos anelares (o quarto dedo que representa seu cônjuge) e você vai se surpreender ao ver que simplesmente não consegue separá-los. Isto se deve ao fato de que um casal está destinado a estar unido até o último dia da sua vida e é por isso que o anel se usa neste dedo.

Amei! beijos e Ótima Terça a todos vocês!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Mulher que Lê é Outro Papo !?!!





Um casal resolve ir passar um fim de semana num parque natural.
Ele adora pescar; ela adora ler.
Como tinha levantado de madrugada,
o homem resolveu tirar um cochilo dentro do carro
e deixou a mulher sozinha na beira do lago,
lendo e a tomando conta do equipamento de pesca.
Não passou muito tempo até que apareceu um guarda do parque.
- Bom dia, minha senhora. - cumprimentou ele.

- Posso saber o que está fazendo?
- Estou lendo um livro, como pode ver.
- A senhora está numa zona em que a pesca é proibida.
- Mas eu estou lendo e não pescando...
- Mas tem todo o equipamento necessário
e pode começar a qualquer momento. Vou ter que multa-la.

- Se o senhor fizer isso eu terei de apresentar queixa por assédio sexual.
- Assédio? Mas eu nem sequer a toquei!
- Sim, mas tem todo o equipamento necessário
e pode começar a qualquer momento...

- Tenha um bom dia minha senhora.

Mandem a preguiça pra lá
e comecem a semana com muito
bomm humor e alto astral
beijos carinhosos e boas energias a todos!




domingo, 22 de novembro de 2009

Domingo




Passei aqui no domingo apenas pra deixar um super beijo a todos

Estou com meu amorzinho
Jogando um pouquinho e nos divertindo um montão!! rsrs
Aproveitem o dia!!
beijos docinhos


Ps:. Olha você momo! Te amo!

sábado, 21 de novembro de 2009

Laços e Abraços





Meu Deus como é engraçado!Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço... uma fita dando voltas. Enrosca-se, mas não se embola, vira, revira, circula e pronto: está dado o laço. É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço. É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido, em qualquer coisa onde o faço. E quando puxo uma ponta, o que é que acontece? Vai escorregando...devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço.Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido. E, na fita, que curioso, não faltou nem um pedaço. Ah! Então, é assim o amor, a amizade. Tudo que é sentimento. Como um pedaço de fita. Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora, deixando livre as duas bandas do laço. Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade. E quando alguém briga, então se diz: romperam-se os laços. E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita, sem perder nenhum pedaço. Então o amor e a amizade são isso... Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam. Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço!

Mário Quintana

Maravilhoso sábado a todos!
Beijinhos


sexta-feira, 20 de novembro de 2009

14 "Doces" Meses



“A sorte de um amor tranquilo”.

Muitos conhecidos e pessoas das quais me relaciono dizem que isso é uma utopia. Que esse “tipo de amor” não existe e, vão além, afirmam que ele é chato, enfadonho, sem graça.

Eu, para “variar”, discordo. Mesmo porque, quando falo de amor tranquilo não falo de amor sem tempero, sem cheiro, sem gosto. Na verdade, lembro-me de meus relacionamentos e dos erros que não quero repetir. Quando almejo penso nesse amor, penso em um relacionamento sem brigas, sem neuroses, sem surtos de ciúmes e crises de insegurança, mágoas. Penso no companheirismo, nas risadas, no respeito que deve rolar sempre, no espaço que cada indivíduo deve e merece ter. Penso em fazer de um relacionamento algo leve.

Acreditei tanto na existência desse tipo de amor, de relacionamento e, sinceramente, que vivo isso. Obviamente, não sou idiota a ponto de pensar que brigas não acontecerão, que o ciúme será zero, que não haverá insegurança em certo momentos e problemas, mas sei que pode existir o meio termo, a conversa e, também, a confiança mútua.

Acho que quando a gente aceita que as coisas não são impossíveis, elas acabam acontecendo.



Amor mais do que um dia de nossas vidas mas em todos.

Você é um amigo.

Um companheiro.

Mais do que isso acredita junto comigo na nossa verdade.

Eu te amo de um modo simples e sereno.

Mas também de um jeito doce e apaixonado.


Obrigada por estes 14 meses de compreensão, amizade, carinho, paciência e de muito amor.

Se não fosse você iria viver como muitas outras pessoas que acabam desistindo de acreditar que o perfeito pra gente existe e pode ser da gente, e a gente ser dele.

beijo a todos,

uma tarde muito especial


ao meu amor,

minha doçura inteira e dedicação diária exatamente como você gosta.

Te amo.



Twilight








quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Gentileza


Você já ficou surpreso por que algum desconhecido foi gentil com você?

Muitas pessoas nem sentem, mas já se acostumaram com a falta de gentileza...
E quando ela acontece, vira um evento.

As relações ficaram tão frias, que o normal é a secura, a indiferença e até a hostilidade.

As pessoas parecem estar mais preparadas para se defender
de ofensas do que receber palavras doces e gestos de carinho.

A gentileza virou artigo de luxo, peça de antiquário...
Virou memória.

Tem gente que desconfia de homem muito gentil...
Dizem logo que é gay.

Mulheres muito gentis são vistas como frescas ou falsas.

O mundo perdeu a referência de gentileza, de delicadeza.

Ser xingado no trânsito virou rotina.
Ser destratado por quem ganha para servir, é comum nos estabelecimentos.

A gente se depara com caras feias,
impaciência e maus humores o tempo todo. até mesmo em casa...

Mas eu não me acostumo com isso, não!
Eu quero gentileza pra minha vida. e quero ser gentil também.
Quero ser tratada com respeito, com carinho...
Tratada como gente, que é exatamente o que a palavra gentileza sugere...
Gentileza é coisa de gente!
A juventude já não acha necessário dar o lugar para os idosos no ônibus,
no metrô, nas filas.
Os homens já não praticam a delicadeza com o sexo oposto.
As mulheres, por sua vez, se emanciparam
e dispensam o cavalheirismo, porque acham que está fora de moda.
Eu quero gentileza, sim.
De homens, de mulheres, de crianças, de estranhos.
Quero o gesto sutil, o telefonema de agradecimento,
o bilhete de boas vindas, as flores, os bombons...
Eu quero um simples olhar de sinceridade,
porque ser verdadeiro é ser gentil também...
Eu quero a gentileza pela gentileza. Por menor que seja o gesto...
Ele faz bem, é necessário... E essencial!


Lena Gino


terça-feira, 17 de novembro de 2009



Sou uma mulher mais ou menos abandonada
Um pouco me dou o direito
um pouco aconteceu assim
Ás vezes cansa ser independente
Hoje me sustente
não me deixe me alimente

Quero alguém para pentear meus cabelos
Sou uma mulher mais ou menos maltratada
Um pouco por descuido
Um pouco por querer
Gosto da impressão esfomeada
Hoje me adote me faça um carinho
deboche-me
Ponha no colo e abotoe minha blusa
Me faça dormir e sonhar com o mocinho
Sou uma mulher mais ou menos alucinada
Um pouco foi o acaso
Um pouco é exagero
Hoje me expulse se irrite me bata
diga abracadabra
E me faça sumir
às vezes cansa ser louca demais
Mas gosto do medo que sente
De se envolver com uma mulher assim
Hoje quero alguém mais ou menos Apaixonado por mim.

(Martha Medeiros)



Comentário do Thi ao ler essa crônica:

"Eu não sou mais ou menos apaixonado por você
sou completamente
serve ?
será que da pro gasto ?"

Meu comentário em resposta ao dele:

Se não for você, não quero ninguém.
E não só hoje como sempre.

Beijos doces a todos


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