sábado, 31 de outubro de 2009

Ternura



Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta, muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite
encontrem sem fatalidade o olhar extático da aurora.


Vinícius de Moraes



Humm Comecinho de sábado com Vinícius...
Este fim de Semana Promete!
heheh
Aproveitemmmmm!!!!!
Tem Bienal. Tem feira do livro. Tem calor.
Tem sorvete.
Tem feriadão!!!
Precisa dizer mais alguma coisa?
Apaixonem-se pela vida!
beijo!





sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Feira do Livro 2009! Imperdível!!






"O livro não permite que fiquemos sem nos escutar. A leitura faz eu mirar em mim e acertar no que eu nem sabia que também sentia e pensava. E, por outro lado, me ajuda a matar tudo o que pode haver em mim de limitante: preconceitos, idéias fixas, hipocrisias, solenidades, dores cultuadas. Lendo, eu caço a mim e atiro em mim."
Martha Medeiros






Hoje a noite inicia como informei aqui pelo blog no começo do mês , a feira do livro aqui de porto alegre. Aproveitem o feriadão para dar uma conferida na programação. Uma ótima pedida pro final de semana. Além de ser um super passeio, podem aproveitar pra levar pra casa uma chavezinha para um mundo novo. Como diria a Martha "Quem le dá voz ao silêncio". Uma sexta feira iluminada a todos! um beijo especial




quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Para sempre, até quando?


(...)Ser feliz para sempre é o final que todos nós sonhamos para nossa história pessoal. A personagem de Pão e tulipas estava sendo feliz para sempre, até que descobriu que a felicidade muda de significado várias vezes durante o percurso de uma vida. Ninguém sabe direito o que é felicidade, mas, definitivamente, não é acomodação. Acomodar-se é o mesmo que fazer uma longa viagem no piloto automático. Muito seguro, mas que aborrecimento. É preciso um pouquinho de turbulência para a gente acordar e sentir alguma coisa, nem que seja medo. Tem muita gente que se distrai e é feliz para sempre, sem conhecer as delícias de ser feliz por uns meses, depois infeliz por uns dias, felicíssimo por uns instantes em outros instantes achar que ficou maluco, então ser feliz de novo em fevereiro e março,e em abril questionar tudo o que se fez, aí em agosto ser feliz porque uma ousadia deu certo,e infeliz porque durou pouco,e assim sentir-se realmente vivo porque cada dia passa a ser um único dia, e não mais um dia. (...)Viver não é seguro. Viver não é fácil. E não pode ser monótono. Mesmo fazendo escolhas aparentemente definitivas, ainda assim podemos excursionar por dentro de nós mesmos e descobrir lugares desabitados onde nunca colocamos os pés, nem mesmo em imaginação. E estando lá, rever escolhas e recalcular a duração de “para sempre! Não dura tanto quanto duram nossa teimosia e receio de mudar.
Martha Medeiros

quarta-feira, 28 de outubro de 2009



Em maio de 98, escrevi um texto em que afirmava que achava bonito o ritual do casamento na igreja, com seus vestidos brancos e tapetes vermelhos, mas que a única coisa que me desagradava era o sermão do padre: "Promete ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-lhe e respeitando-lhe até que a morte os separe?" Acho simplista e um pouco fora da realidade. Dou aqui novas sugestões de sermões:- Promete não deixar a paixão fazer de você uma pessoa controladora, e sim respeitar a individualidade do seu amado, lembrando sempre que ele não pertence a você e que está ao seu lado por livre e espontânea vontade?- Promete saber ser amiga e ser amante, sabendo exatamente quando devem entrar em cena uma e outra, sem que isso lhe transforme numa pessoa de dupla identidade ou numa pessoa menos romântica?- Promete fazer da passagem dos anos uma via de amadurecimento e não uma via de cobranças por sonhos idealizados que não chegaram a se concretizar?- Promete sentir prazer de estar com a pessoa que você escolheu e ser feliz ao lado dela pelo simples fato de ela ser a pessoa que melhor conhece você e portanto a mais bem preparada para lhe ajudar, assim como você a ela?- Promete se deixar conhecer?- Promete que seguirá sendo uma pessoa gentil, carinhosa e educada, que não usará a rotina como desculpa para sua falta de humor?- Promete que fará sexo sem pudores, que fará filhos por amor e por vontade, e não porque é o que esperam de você, e que os educará para serem independentes e bem informados sobre a realidade que os aguarda? - Promete que não falará mal da pessoa com quem casou só para arrancar risadas dos outros? - Promete que a palavra liberdade seguirá tendo a mesma importância que sempre teve na sua vida, que você saberá responsabilizar-se por si mesmo sem ficar escravizado pelo outro e que saberá lidar com sua própria solidão, que casamento algum elimina? -Promete que será tão você mesmo quanto era minutos antes de entrar na igreja? Sendo assim, declaro-os muito mais que marido e mulher: declaro-os maduros.


Martha Medeiros


segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Tempo


Há quem diga que o tempo não existe, que somos nós que o inventamos e tentamos controlá-lo com nossos relógios e calendários. Nem ousarei discutir esta questão filosófica, existencial e cabeluda. Se o tempo não existe, eu existo. Se o tempo não passa, eu passo. E não é só o espelho que me dá certeza disso. O tempo interfere no meu olhar. Lembro do colégio em que estudei durante mais de uma década, meu primeiro contato com o mundo fora da minha casa. O pátio não era grande era colossal. Uma espécie de superfície lunar sem horizontes à vista, assim eu o percebia aos sete anos de idade.
As escadas levavam ao céu, eu poderia jurar que elas atravessavam os telhados. Os corredores eram passarelas infinitas, as janelas pareciam enormes portões de vidro, eu me sentia na terra dos gigantes. Volto, depois de muitos anos, para visitá-lo e descubro que ele continua sendo um colégio grande, mas nem o pátio, nem os corredores, nem as escadas, nada tem o tamanho que parecia antes. O tempo ajustou minhas retinas e deu proporção às minhas ilusões. A interferência do tempo atinge minhas emoções também. Houve uma época em que eu temia certo tipo de gente, aqueles que estavam sempre a postos para apontar minhas fraquezas. Hoje revejo essas pessoas e a sensação que me causam é nem um pouco desafiadora ou impactante. E mesmo os que amei já não me provocam perturbação alguma, apenas um carinho sereno. E me pergunto como é que se explica que sentimentos tão fortes como o medo, o amor ou a raiva se desintegrem? Alguém era grande no meu passado, fica pequeno no meu presente. O tempo, de novo, dando a devida proporção aos meus afetos e desafetos. Talvez seja esta a prova da sua existência: o tempo altera o tamanho das coisas. Uma rua da infância, que exigia muitas pedaladas para ser percorrida, hoje é atravessada em poucos passos. Uma árvore que para ser explorada exigia uma certa logística ou ao menos um calço de quem estivesse por perto e com as mãos livres hoje teria seus galhos alcançados num pulo. A gente vai crescendo e vê tudo do tamanho que é, sem a condescendência da fantasia. E ainda nem mencionei as coisas que realmente foram reduzidas: apartamentos que parecem caixotes, carros compactos, conversas telegráficas, livros de bolso, pequenas salas de cinema, casamentos curtos. Todo aquele espaço da infância, em que cabia com folga nossa imaginação e inocência, precisa hoje se adaptar ao micro, ao mínimo, a uma vida funcional. Eu cresci. Por dentro e por fora (e, reconheço, pros lados). Sou gente grande, como se diz por aí. E o mundo à minha volta, à nossa volta, virou aldeia, somos todos vizinhos, todos vivendo apertados, financeira e emocionalmente falando. Saudade de uma alegria descomunal, de uma esperança gigantesca, de uma confiança do tamanho do futuro - quando o futuro também era infinito à minha frente.

Martha Medeiros

domingo, 25 de outubro de 2009

Um dia de Modess


Buenas, passei aqui nessa tardezinha gostosa pra deixar essa cronica não passar desapercebida... Vou dar 1 chance pra acertarem quem me enviou ela por email!

*Suspense*
Obviamente que tinha q
ue ser meu namorado!
Neste quesito irei concordar com o Veríssimo: Realmente não basta ter pau,tem que participar!
Eh isso ae amor!!
Você tá certíssimo!!
Morram de inveja os que não tem um namorado tão participativo!!
/
Te amo Amor!
Você é meu orgulho!
Bom finalzinho de domigo
Beijo gostoso!





Passei por duras provas para conseguir meu diploma
na escola da vida. Mas para entender as mulheres
é preciso um estágio. Nesse quesito, eu sou um entusiasta
da filosofia gelol: "Não basta ter pau,tem que participar!!!"
Por isso, aceitei o desafio de passar um dia com um modess
na cueca. A primeira menção do assunto modess me causa
uma vontade de gargalhar irracional. Pois eu resolvi
que já era hora de encarar esse trauma de forma mais íntima.
O primeiro passo foi comprar a pequena fralda na farmácia.
Isso foi fácil. Na verdade, foi até divertido.
Fiquei torcendo pra mulher do caixa perguntar,
e eu responder de forma bem "casual":
É pra sua namorada???" "Não. É pra mim!!!"
Só que ninguém nem tchuns, o que prova que as meninas
ficam constrangidas à toa. Na verdade, menstruar
é uma parada normal.Acontece nas melhores famílias.
Comprei um não-sei-o-que mini". Não ligo pra grifes,
ainda mais de modess. Mas nesse caso, o que importava
era o tamanho. E era mini. Porque, se é pra eu fazer esse papel
de usuário de absorventes, pelo menos que eu não passe
por arrombado. E a diferença de bitola entre o mini e o super
é significativa, o que me fez pensar sobre como algumas mulheres
são maiores que as outras...bom. Comprei também um tablete Valda
pra dar uma dechavada básica e fui pra casa realizar o sacrifício
que me tornaria um membro da classe masculina mais compreensiva
com o sexo oposto. Chegando em casa, fui tentar abrir o pacote.
Impulsivo por natureza, o homem não se dá ao trabalho de procurar linhas pontilhadas e, assim sendo, comecei abrindo errado.
A abertura na horizontal tem um porquê, se adapta melhor
à bolsa e deixa o absorvente mais à mão no caso de uma enxurrada inesperada. Mas eu ignorei, pois não uso bolsa. Ao retirar a peça
do invólucro, você tem que descolar uma abinha para grudar
na roupa íntima. Se a menstruação em si não lhe deixar
"incomodada", essa almofada intrusa no seu chakra genital
com certeza vai. Calculei que o centro do modess ficasse na altura
da "terra de ninguém", de forma que ele não invadisse
o território peniano. O saco reclamou um pouco,
já que não se tratava de uma cueca duplex com teto solar.
Um pouco de paciência e um pequeno remanejamento espacial
e tudo estava resolvido. A primeira coisa que se pensa ao compor
o modelão usando absorventes externos é:
"Será que está marcando?". Por isso é essencial que você faça
tudo com a companhia de um aliado. Assim, você vai poder contar
com um correspondente nos países baixos, que vai lhe avisar
caso o modess cisme em querer se destacar na sua bunda.
Ao sair de casa, fingi que não tinha um objeto
parasitário ultrajando a minha intimidade.
Mas parece que está piscando um outdoor na sua testa avisando
"estou de chico". E eu nem tava!!! Que absurdo...
Até encontrar seu aliado (a), é sempre bom dar uma conferida
nos reflexos que você encontrar pelo caminho,como espelhos
e vitrines, pra ver se está marcando.
Foda-se a queda na bolsa de Tóquio ou a reforma ministerial.
O que importa é que ninguém perceba que você está naqueles dias.
E a preocupação é uma constante.
Não dá pra esquecer que seu fundilho está acolchoado.
Ao final de minha jornada, foi um alívio tirar o cuecão
e zunir o modess no lixo. Claro que eu tive o cuidado de dobrá-lo
e escondê-lo no canto do lixo, antes, envolvendo com muito
papel higiênico para que ninguém se deparasse
com aquele objeto indesejável depois do almoço.
Daí eu entendi por que às vezes tem um montinho
de papel enrolado num canto da cestinha do banheiro.
Iuch! Se eu tivesse que usar isso a cada ciclo,
ia ter uma crise pré-menstrual que ia durar uns trinta dias por mês.
E as mulheres nem ganham adicional por insalubridade.
VOCÊS SÃO HEROÍNAS...
AMO, ADORO VOCÊS MULHERES MARAVILHOSAS!
Agora dá para entender um "pouco" essa tal de TPM!!!
Aprendi a ser MAIS compreensivo... com vocês.
Sintam-se todas acariciadas por mim nestes períodos...

Luís Fernando Veríssimo





No fundo acredito que somos, todos nós, crianças que cresceram mais estatura do que emocionalmente, crianças que foram empuradas para o meio do palco e que precisam ter suas falas na ponta da língua, conforme foram ensaiadas desde a primeira infância.... Somos crianças que choram escondidas no banheiro, que tomam atitudes insensatas, que dizem o que não deveriam ter dito e que nos momentos de desespero, gostariam de chamar um "adulto" para resolver a encrenca no nosso lugar. Mas que adulto? Deus? Ele tem mais do que se ocupar. Resta-nos chorar no meio-fio da calçada mesmo, caso não fosse um vexame. Os maduros têm certeza. Os maduros não vacilam. Os maduros são programáticos. Os maduros ganham dinheiro. Os maduros assumem seus atos. Os maduros sabem o que dizer e como se comportar. Os maduros só fraquejam diante da orfandade - perder pai e mãe é perturbador em qualquer fase da vida-, mas logo reassumem o controle e seguem em frente. Nao se espera outra coisa deles. Se tentarem fugir de suas responsabilidades, serão considerados pessoas infantis. E quem tolera ser considerado infantil a essa altura?Então a gente presta atenção em volta, imita nossos pais e amigos, se apega a um roteiro conhecido, faz certo teatro, tudo para que não percebam que, em silêncio e na solidão, somos apenas crianças grandes.

Martha Medeiros



sábado, 24 de outubro de 2009

Menina




Ela é uma moça de poses delicadas,
sorrisos discretos e olhar misterioso.
Ela tem cara de menina mimada,
um quê de esquisitice,
uma sensibilidade de flor,
um jeito encantado de ser,
um toque de intuição e um tom de doçura.
Ela reflete lilás, um brilho de estrela,
uma inquietude, uma solidão de artista
e um ar sensato de cientista.
Ela é intensa e tem mania de sentir por completo,
de amar por completo e de ser por completo.
Dentro dela tem um coração bobo,
que é sempre capaz de amar e de acreditar outra vez.
Ela tem aquele gosto doce de menina romântica
e aquele gosto ácido de mulher moderna."



sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Eu exagerada


'Exagerada toda a vida: minhas paixões são ardentes;
minhas dores de cotovelo, de querer morrer; louca do tipo desvairada;
briguenta de tô de mal pra sempre; durmo treze horas seguidas; meus amigos são semi-irmãos;
meus amores são sempre eternos e meus dramas, mexicanos!'

Clarice Lispector

A Mulher e a Patroa



A mulher e a patroa. Há homens que têm patroa. Ela sempre está em casa quando ele chega do trabalho. O jantar é rapidamente servido a mesa. Ela recebe um apertao na bochecha. A patroa pode ser jovem e bonita, mas tem uma atitude subserviente, que lhe confere um certo ar robusto, como se fosse uma senhora de muitos anos atrás. Há homens que têm mulher. uma mulher que está em casa a hora que pode, às vezes chega antes dele, às vezes depois. Sua casa não é sua jaula nem seu fogão é industrial. A mulher beija seu marido na boca quando o encontra no fim do dia e recebe dele o melhor dos abraços. A mulher pode ser robusta e até meio feia, mas sua independência lhe confere um ar de garota, regente de si mesma. Há homens que tem patroa, e mesmo que ela tenha tido apenas um filho, ou um casal, parece que gerou uma ninhada, tanto as crianças lhe solicitame ela lhes é devota. A patroa é uma santa, muito boa esposa e muito boa mae, tao boa que é assim que o marido a chama quando nao a chama de patro: "mãezinha" Há homens que têm mulher. Minha mulher, Suzana. Minha mulher,Cristina.Minha mulher, Tereza. Mulheres que têm nome, que só são chamadas de mãe pelos filhos, que nao arrastam os pés pela casa nem confiscam o salário do marido, porque elas têm o dela. Nao mandam nos caras, nao obedecem os caras: convivem com eles. Há homens que têm patroa. Vou ligar pra patroa. Vou perguntar pra patroa. vou buscar a patroa. É carinho, dizem. Às vezes, é deboche. Quase sempre é muito cafona. Há homens que têm mulher. Vou ligar pra minha mulher. Vou perguntar pra minha mulher. Vou buscar minha mulher. Não há subordinação consentida ou disfarçada. Não há patrões nem empregados. Há algo sexy no ar. Há homens que têm patroa. Há homens que têm mulher. E há mulheres que escolhem o que querem ser.

Martha Medeiros




Ele olha, ela devolve o olhar.
Ambos sabem a improbabilidade
dessa troca de olhares levá-los a algum lugar.
Ele está pensando no significado
daquele sorriso tímido,
disfarçado entre mechas de cabelo
castanho que insistem em esconder
o rosto que prendeu sua atenção entre tantos outros.
Ela está pensando em como é boba,
e em quantas cantadas já depositou sonhos de amor eterno.
Se ao menos fosse real...
Os dois temem a desislusão.
Ele fraqueja em sua confiança e deseja,
pela primeira vez, uma só pessoa no mundo.
Mas por que ela sequer falaria com ele?
Se ao menos fosse real...
Sem nomes, sem histórias anteriores.
Personagens comuns e paixões à primeira vista.
O que realmente tem um final feliz fora do papel?
A palavra final já tem uma conotação
de tristeza nas histórias de amor.
Ela levanta um pouco constrangida,
envergonhada da própria existência
e caminha em direção ao banheiro.
É uma fuga tingida de tédio.
Torcendo tanto para o garoto
da outra mesa segui-la, torcendo
tanto para ser invisível, querendo tanto querer algo possível.
Ele participa de um último comentário
com os amigos que zombam uns dos outros e segue a garota com os olhos.
Deve levantar ou não?
Será que vai parecer um idiota?
(todos parecem idiotas em situações românticas).
Levanta.
Oi
(não me deixe aqui sozinho, não me faça fingir que achei que era uma conhecida, não me faça fugir de você)
Olá
(ai meu deus, o que eu faço?
Não quero parecer atirada,
mas e se você acabar achando que eu sou difícil demais pra insistir?)
Eu vi você lá e...
(queria saber seu nome, seus medos, sua vida.
Queria te proteger do frio e do mundo, esquecer de tudo com você...)
É, eu...
(queria saber seu signo e suas dores,
saber o que há além desse garoto
comum com amigos bobos e olhos magnéticos, queria largar tudo...)
Você acharia muito estranho se eu dissesse que tudo parou?
Acharia.
Mas tudo parou.
Eu sei.
Então?
Então aqueles olhos, que já se liam durante toda uma noite,
finalmente se entenderam.
As palavras pareciam tão fracas
e inexpressivas diante da comunicação mais profunda que existe,
os enlaces faziam tanto sentido...
E tudo parou.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009



Você se sente em casa dentro do seu próprio corpo?
Muitos não passam de hóspedes de si mesmos...
Estar em paz é aceitar serenamente
que você não tem todas as armas
para conquistar o que deseja,
não tem munição suficiente para levar todos
os seus planos adiante
e não possui um exército que diga amém
para todos os seus delírios.
Você está só e é um sujeito heróico dentro do possível. Costuma ir à luta por um emprego,
por um amor, por grana,
por objetivos razoáveis, e quando não dá certo,
não dá, e quando erra, paciência,
e quando acerta, oba, e quando está cansado,
se recolhe, e quando está triste,
chora, e quando está alegre, vibra,
e quando enxerga longe, vai em frente,
e quando a visão embaça, freia,
e quando está sozinho, chama,
e quando quer continuar sozinho, não chama.
Primeiro passo para a paz: reconciliar-se consigo próprio.
É o que a gente pode fazer de mais concreto,
por mais abstrato que pareça.


Martha Medeiros






quarta-feira, 21 de outubro de 2009



"A maturidade me permite olhar com menos ilusões,
aceitar com menos sofrimento, entender com mais tranqüilidade,
querer com mais doçura."

Lya Luft

QUANDO DEUS APARECE..


Deus não está em promoção, se exibindo por aí.
Ele escolhe, dentro do mais rigoroso critério, os momentos de aparecer pra gente. Não sendo visível aos olhos, ele dá preferência à sensibilidade como via de acesso a nós. Mas valorizo essas aparições como se fosse a chegada de uma visita ilustre, que me dá sossego à alma. Quando Deus aparece pra você? Pra mim, ele aparece sempre através da música. Pode ser uma música popular, pode ser algo que toque no rádio, mas que me chega no momento exato em que preciso estar reconciliada comigo mesma. De forma inesperada, a música me transcende. Deus me aparece nos livros, em parágrafos em que não acredito que possam ter sido escritos por um ser mundano: foram escritos por um ser mais que humano. Deus me aparece - muito! - quando estou em frente ao mar. Tivemos um papo longo, cerca de um mês atrás, quando havia somente as ondas entre mim e ele. A gente se entende em meio ao azul, que seria a cor de Deus, se ele tivesse uma. Deus aparece quando choro. Quando a fragilidade é tanta que parece que não vou conseguir me reerguer. Quando uma amiga me liga de um país distante e demonstra estar mais perto do que o vizinho do andar de cima. Deus aparece nas preocupações da minha mãe, que mãe é sempre um atestado da presença desse cara. E quando eu o chamo de cara e ele não se aborrece,
aí tenho certeza de que ele está mesmo comigo.

Martha Medeiros

terça-feira, 20 de outubro de 2009

M.E.I. do meu jeitinho


Um amigo meu, veio me perguntar porque não mudo o blog para
"Mensagens para o Thiago".
Aí calmamente refleti em que responderia a ele.
Ri gostosamente da situação. e Sem perceber disse a ele:
E você não acha que todos
devem ter coisas boas nos seus dias?
Você por não estar vivendo uma paixão,
está alheio que elas existam?
Não fica maravilhado com a benção
que o amor pode ser na vida de muitas pessoas? Escrevo a todos!
Aos que gostam de mim. Aos que nem tanto.
Aos que me amam de alguma forma.
E aos que chegam a me odiar.
Chega a ser uma irônia, às vezes as pessoas
chegam até aqui por pura curiosidade
E acabam conhecendo um outro lado meu.
Talvez mais doce.
Quem sabe um dia consigo germinar
uma sementinha do bem querer

no corações destes mesmos.
Esse Blog realmente poderia se chamar
Mensagens para o Thiago,
como também, mensagens para o Antonio,
o Marcelo, a Maria, a Marina.
Esse blog é um reflexo Imutável do que sou.
Com carinho amigo que te digo.
Que transmito aquilo que sou.
Aqui tem amizade e muito amor.
Gente, dia mais que abençoado a todos!
Lindos sorrisos Suspiros delicados.
Apaixonem-se como eu!
Pela própria vida de vocês.
Sejam felizes.
Eu sou feliz.
bom finalzinho de tarde
beijo carinhoso






Alinhar à direita

Décimo Terceiro Mês Multiplicado de Mais Amor!





"Tudo que sei é que experimentar o amor é uma das mais belas experiências da vida.

Para vivenciarmos o verdadeiro amor, quatro passos devem ser celebrados.

O primeiro passo é: esteja aqui e agora - porque o amor só é possível aqui e agora.

O segundo passo em direção ao amor é libertar-se dos sentimentos negativos… porque muitas pessoas amam, mas seu amor está contaminado por sentimentos como ciúme, possessividade, medo.

O terceiro: compartilhe. O amor é uma fragrância a ser compartilhada, irradiada. O amor não pode ser acumulado; ele só pode ser compartilhado.

E o quarto: seja um nada. Somente quando você está vazio de você, há o amor. Quando você está cheio de ego não é possível amar.

O amor e o ego não podem existir juntos. É impossível o amor e o ego estarem juntos porque amor e Deus são sinônimos.

Somente uma pessoa que aprendeu a amar é madura. Uma pessoa madura não “cai de amor”, ela se “eleva no amor”.

E quando duas pessoas maduras estão se amando, um dos maiores paradoxos da vida acontece.

Elas estão juntas, são quase um, mas esta unidade não destrói a individualidade. Na verdade realça.

Duas pessoas maduras em verdadeiro em amor ajudam-se mutuamente a se tornarem mais livres, mais plenas, mais completas. "

Osho







Estava eu sentada em minha cama assistindo televisão e pensando, adivinhem em que?
No amor.

Mas para falar a verdade. Acho que estava pensando em um filme que assisti essa semana, uma comédia romântica, que por sinal, com certeza é um dos meus passatempos preferidos. O filme chamava-se 13 going go 30 (De repente 30). O tema central do filme era exatamente como o nome uma menina de 13 anos completamente insatisfeita com sua vida, faz um pedido no dia de seu aniversário, e apartir disto precisa saber lidar com seu desejo realizado. Ter 30 anos, namorar e ser bem sucedida. Tudo seria perfeito. Mas ela acaba se dando de conta de que aquilo que ela se transformou, não era exatamente o que realmente gostaria de ter se transformado. Mas vocês devem estar se perguntando, o que estou tentando dizer com isso tudo sobre este filme. Sim, gente! Vocês não vão me dizer, que não gostariam de ser adolescentes novamente e sabendo o que vocês sabem hoje, ter a oportunidade de viver várias situações diferentes e muitas mais repeti-las?
Me olhando no espelho, acabo por ver até um certo receio. Chega a ser um medo. Medo de Perder mais tempo, perder mais vida. Na verdade, eu acredito que cada minuto que passa foram milhões de oportunidades.Falando de amor? Será que gostaria de ter 13 de novo?
Tenho certeza que não. O que vivi, foram degraus pra o momento de hoje.
Gente, como todo mundo, tive milhões de caminhos, de oportunidades, de opções. Olho elas bem de perto. Analiso-as. Algumas, eu chego a pensar assim: - O que será que eu estava pensando para seguir por aquele caminho naquele momento? e chego até tirar boas risadas de várias situações. Como uma boa canceriana, que me considero. Adoro o passado.
Mas sei que passado é apenas nosso livro de vida. Escrito. Inalterável. Precioso.
Serve pra gente tirar lições apenas.
As minhas lições? Estou tirando. Aos poucos vou tentando me encaixar nos meus próprios planos. Naqueles velhos, mas, ainda fortes, sonhos de minha adolescência.
É incrível perceber ao redor o que aos 26 anos, a vida já começa a nos encaminhar pra algum lugar. E que lugar maravilhoso.
Independente de onde sonhamos estar. Esta em nossas mãos mudar a qualquer momento o curso do caminho. Aos 13, aos 26, aos 50, aos 100. As respostas, essas apenas são proporcionadas por nós mesmos, quando nossos olhos são cerrados ao deitar em nossa cama, naquele suspiro bom antes de dormir.
Pensando na menina do filme, pensando nesta menina aqui que vos fala. Percebo que ela como eu, precisou viver algumas certas situações para fazer suas próprias escolhas e descobrir o que é certo e o que é errado.
Sabe o que é mais interessante de tudo que estou escrevendo aqui neste pequeno momento?
Era apenas pra ser algumas linhas sobre a constatação, a reafirmação de um amor, que gente, por ser bom, por ter boas raízes ser profundo. Não precisa a mínima contatação!
Pensei, pensei pensei..
E percebi que sou apenas uma menina de 26.
Amando, como uma menina de 50, ou de 30 ou de 13.
Todas nós quando amamos de verdade amamos igualzinho.
Chega a ser irônico. Pensar que errou, que cometeu equívocos, que da próxima vez fará com certeza diferente...
Aí vem a próxima vez e a gente se eleva no amor da mesma forma. Mesmo que às vezes nossos alvos não tenham o memso acerto e acabem por se deixarem cair de amor ao invés de se elevar.
Até que aparece alguém que a gente vê se acomodando do nosso lado, alguém que chega de mansinho, não leva nada de nós. Acrescenta encaixa perfeitamente nos nossos erros. Nos nossos defeitos. No nosso passado torto, bonito ou feio, mas nosso.
Sou supreendentemente a menina de 13!
Mesmo que na identidade conste 26.
Doce, meiga, inteligente, insegura, ciumenta, brincalhona, fofa, amiga, teimosa, boa ouvinte, apaixonada.
E no alto dos meus 26. Posso dizer que meus créditos ficam apenas, aquelas pessoas que me serviram de alicerce. Minhas sinceras desculpas aquelas pessoas que me detestaram por algum momento nessa estrada. Gente se dei a alguém, motivos pra se sentirem prejudicadas, mal compreendidas, se algo fiz que possa ter invadido o limite do próximo. Quero deixar aqui nessas linhas que muito mas muito mais fiz eu gente não apenas, passando por cima e fingindo que não errei, mas sim vendo erro, em quase tudo, e muitas vezes muito mais do que o erro que eu possa ter cometido.
Refleti. Com humildade. Hoje sou muito mais por dentro. E tenho muito mais do que quando tinha por fora.
Tenho serenidade. Uma tristeza, que muitas vezes me traz de volta pra realidade. Uma felicidade de quem sabe que nasceu pra ser feliz pra vencer. E que sou abençoada por conhecer o amor através de alguém de encaixe perfeito que serve perfeitamente para me elevar até Deus.
Um amor delicado. Alguém que não preciso ser outra para ve-lo feliz. Porque ele feliz mesmo, só se eu for eu mesma. E ele adora!
E eu adoro!
Eu mesma.
Já olhei muito, alguns amores, como cachorrinho olhando frango na vitrine da padaria...
Hoje ele é meu.
Não. Gente. Quando é de um lado só não adianta sonhar. Ele não dá frutos.
Não germina.
Quero dizer ao meu amigo e companheiro de caminnhada, que a sementinha que ele plantou no meu coração, fez dele um terreno fértil.
O Passado?
Vou dar um descanso a ele.
O futuro?
Deixa acontecer naturalmente.
O hoje?
Chama-se Thiago. Ele tem endereço telefone. E pedido de casamento também.
O pedido?
Pra menina de 26 aqui!
Cheinha de defeitos e qualidades.
Simples gente.
Isso que pensei essa noite antes de dormir.
Foi viver.
Que venha mais 13 meses.
13 Anos.
80 Anos.
Não quero mudar nada não!
Assim tá bom!
Sonhando o hoje segura do lado dele.
Depois de 13 meses.
26 anos.
Sou a mesma Carolina.
Sou mais eu porque sou
Eu dele.
e Sou eu de mim mesma.
Com muito amor.



Feliz aniversário de namoro amor meu.

Porque??????
Porque ser feliz é comemorar o hoje com você.
É acertar a seu lado.
muito amor a todos.
Meu amor?
Exclusivo a você paixão.
beijos
bons sonhos.







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